No deserto egípcio descansa a fértil depressão de Siwa, um oásis habitado por uma comunidade indígena que apenas recentemente emergiu de séculos de isolamento do resto do mundo. Localizado a cerca de 70 quilómetros da fronteira com a Líbia e considerado o maior oásis do Egipto, a região de Siwa é também reconhecida pela história como um dos mais importantes oráculos. De tal forma que Alexandre o Grande viajou até Siwa na busca de inspiração antes da sua partida para a conquista do mundo. Em 1997, EQI (Environmental Quality International) adquiriu 30 hectares de palmeiras e oliveiras no sopé da montanhosa escarpa chamada de Adrère Amellal - montanha branca, na língua berbere nativa de Siwa -, e que se debruça sobre o lago Siwa. Adrère Amellal consiste em tradicionais casas Siwan Kershef, que foram restauradas e recon- figuradas em 39 quartos. Kershef, uma mistura de rocha de sal seca e endurecida ao sol com palha, é utilizada na construção das paredes. Uma piscina construída em pedra é "alimentada" por uma fonte natural. Do outro lado do lago fica a aldeia de Siwa, com o seu enclave de Shali - do século XIII. Ali, e após adquirirem um pedaço de terra adjacente, EQI construiu um lodge com oito quartos e um restaurante, utilizando os mesmos materiais e técnicas de construção dos aplicados em Adrère Amellal. Areia e pedra, fogo e céu, vento e água. O minimalismo causa o máximo impacto neste espectacular out- post instalado no deserto. Inspirados pelos berberes de outros tempos, os quartos estão engenhosamente fashioned com pedra de sal e barro, e telhados cobertos com folhas de palmeira resguardando os hóspedes do impiedoso sol do deserto. Sem electricidade, as noites iluminam-se com velas e as constelações que despontam no céu; a água da piscina borbulha como se de autênticas fontes romanas se tratasse; e, com a insu- perável e infinita vista sobre as dunas, os visitantes desejam ficar sempre por mais um dia... pelo menos.
Egito