Na estrada de Córdova, a 33 quilómetros de Sevilha, Carmona, uma das mais antigas vilas da Europa, merece mais que um fugaz olhar. Dos cartagineses aos árabes, todos os seus ocupantes ali deixaram a marca da sua passagem. Para lá das suas ruas brancas, das casas apalaçadas de fachadas mudejares, das inumeráveis igrejas... e escondido dos olhares indiscretos, bem no centro da velha Carmona, fica este charmoso hotel, nascido da reabilitação de uma magnífica casa apalaçada do século XVI.Antiga propriedade da família Lasso de la Vega - relegada com o passar dos anos para casa de veraneio até ao seu abandono total - o palácio foi resgatado e salvo em 1986 por dois sevilhanos apaixonados pela arquitectura e decoração: Marta Medina e Alfonso de Seasone.Após cinco anos de intensos trabalhos de restauração, a Casa de Carmona renasceu então por trás da sua imensa porta de madeira com grandes peças de ferro trabalhado. A subtil harmonia das casas de arquitectura mudejar mantém-se nos quartos, nas casas de banho de estuque rosa, nos salões, nos móveis de madeira envelhecida, nos tecidos, nas antiguidades e nas roupas de cama.Passada então a enorme porta de entrada que se abre num muro de pedra branca tão antiga como os conquistadores de então, entra-se num universo de elegância recheada de história. Reina ali uma atmosfera pouco comum, que parece fundir a velha aristocracia espanhola e o conforto requintado.Depois do calor, da poeira e da fadiga do caminho, os viajantes deixam-se seduzir pela beleza e frescura do lugar, donde exala um perfume único e suave - uma profusão de laranjeiras perfumam o ambiente vindo dos pátios interiores repeltos de plantas, cada um com uma fonte. Frescos, tranquilos, relaxantes, imaculadamente limpos, os pátios são o recreio dos jardins mudejares. Misteriosos - como a Andaluzia -parecem brincar harmoniosamente com a sombra e a luz.Cada um dos 34 quartos irradia uma atmosfera especial. São todos diferentes criados por forma a que cada hóspede se sinta numa casa particular. Camas com dossel de madeira, com cabeceiras barrocas ou vaporosos tules, tecidos de chintz inglês, obras de arte e inúmeros detalhes decorativos compõem o cenário dos quartos. Aqui, um leito de baldaquino sobre um palco decorado com desenhos geométricos; ali, uma cómoda antiga...As casas-de-banho convidam também a uma viagem ao charme do passado: banheiras antigas, estuque em tons rosa...Os salões acentuam a impressão de intimidade familiar. Ali, os hóspedes podem escolher uma revista de arte, servir-se de uma bebida ou tocar piano como se estivessem em suas casas. O salão principal, que comunica com um jardim mudejar, proporciona a tranquilidade necessária para se manter uma conversa sossegada ou, apenas, ler um livro sem nada que altere a paz do lugar.Na biblioteca e nos diferentes salões, a atmosfera de prazer e tranquilidade combina perfeitamente com as obras de arte expostas. Sente-se um ambiente mudejar em cada recanto do edifício, estilo que pode também admirar-se em redor da piscina, perfeitamente integrada no conjunto arquitectónico.No restaurante - instalado num antigo estábulo, decorado em rosa com desenhos e pinturas de diferentes cavalos realizadas em 1991 por Felipe Guardiola Medina - os hóspedes podem desfrutar do melhor da cozinha internacional e andaluza através das requintadas receitas elaboradas pelo chef. As mesas são todas provenientes de antiquários britânicos e as cadeiras foram realizadas pelo famo