O Espace culturel Louis Vuitton inaugurou a sua vigésima exposição: Correspondences. O enfoque central da exposição é a Mail Art, e o seu objectivo é juntar obras de criadores de diferentes gerações e com sensibilidades distintas que, na sua totalidade, decidiram utilizar o correio postal como meio artístico.A exposição conjuga várias ramificações da Mail Art. A primeira é a histórica e consagra um espaço considerável ao pioneiro artista Ray Johnson, cujo trabalho só muito raramente foi exibido em França. Johnson criou a New York Correspondence School e, no final dos anos 50 do século passado, começou o seu trabalho baseado em cartas, pedindo a amigos para executarem os acabamentos. Através deste processo, deu voz a artistas como Eleanor Antim e Alighiero Boetti, cujo trabalho é, na sua grande parte, altamente pessoal e inclui cartas nunca abertas à filha, bem como Jan Dibbets e o seu diário de viagem. O mesmo acontece em relação ao estatuto de autor, que implodiu com o processo utilizado por Vittorio Santoro e com as cartas e esculturas de Danh Võ.A arte da correspondência encontra-se intimamente relacionada com a ideia de rede: uma rede constituída por artistas, amigos, ou pessoas anónimas cujos membros são reunidos por uma simples carta ou encomenda.Para Stephen Antonakos, as encomendas recebidas não devem nunca ser abertas, e o seu conteúdo deverá ser exibido ainda dentro da embalagem.Eugenio Dittborn e Walead Beshty revelam uma grande capacidade de pensamento criativo na forma como tratam os constrangimentos relacionados com o envio de encomendas, que expõem na sua embalagem original.A arte da correspondência pode também cruzar-se com outras actividades, sobretudo de cariz profissional, como demonstrou Kurt Ryslavy, permitindo assim que os artistas incluam a arte na vida quotidiana.O Espace culturel Louis Vuitton procurou dar carta branca a dois artistas: a videasta Clarisse Hahn e o escultor Guillaume Leblon, cada um dos quais responde à sua maneira à multiplicidade de facetas e possibilidades de uma forma de arte que, independentemente do que os entusiastas da era digital possam dizer, não perdeu nem um pouco da sua actualidade.Independentemente das razões para as escrever e das repercussões que possam ter tido, estas cartas convidam-nos a viajar no tempo e no espaço, em que remetentes e destinatários, obras de arte e espectadores-leitores se unem no seio de uma dinâmica criativa comum.Curador: Erik VerhagenArtistas escolhidos: Eleanor Antin, Stephen Antonakos, Walead Beshty, Alighiero Boetti, Jan Dibbets,Eugenio Dittborn, Clarisse Hahn, Ray Johnson, Guillaume Leblon, Kurt Ryslavy, Vittorio Santoro, Danh VõPatente até 5 de Maio
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