Dar El Medina, Tunis

Fica num dos locais mais bem situados e bonitos da Medina, bem perto da Mesquita Ezzitouna, na famosa rue Sidi Ben Arous, uma rua cheia de passagens, arcos e janelas rendilhadas de ferro forjado, conhecida pelas suas casas apalaçadas (se bem que algumas, infelizmente, a precisarem de restauro). O Dar el Medina é sem dúvida um hotel único no género e espera-se que o primeiro de uma série que comecem a surgir na capital tunisina - fala-se que está outro em construção, pertencente aos proprietários do mais conhecido e afamado restaurante da cidade, o Dar el Jeld. A medina de Tunis bem que merece pequenos hotéis, charmosos oásis de tranquilidade para se desfrutar de perto os seus encantos, onde a intimidade e paz dos seus interiores contrastam com o bulício dos souks, bem ali ao lado, onde se misturam cores, odores, sons, objectos e gentes. Babouchas, kaftans, djelabas, vestimentas coloridas ao estilo das Mil e Uma Noites, ouro, cerâmica, latoaria, ramos de hortelã, essências naturais onde o jasmin sobressai, e gente, sempre muita gente que percorre aquele emaranhado de ruelas.Estava calor quando ali chegámos, um vento quente vinha do sul, do deserto, a lembrar que estamos no Norte de áfrica. O carro deixou-nos mesmo à porta do hotel, apesar de percorrermos ruelas estreitas e curvas angulosas impensáveis de passar. Dar el Medina: o seu nome, significa em árabe a Casa da Medina. Uma porta grande de madeira trabalhada estava aberta de par em par, deixando a descoberto um espaço, denominado de driba, para lá das portas e de um enorme portão de ferro forjado. Este pátio/corredor ladeado de paredes brancas com janelas também de ferro forjado, conduzem-nos até à entrada principal da casa, forrada de mármore e pedra. Ao fundo a recepção, que mais parece uma pequena e charmosa loja decorada, com o seu balcão de madeira trabalhada. Mustapha Belhaouane, o proprietário, estava à nossa espera para desejar as boas vindas. Uma empregada, de olhar curioso e sorriso envergonhado, trouxe-nos o sempre bem vindo sumo de laranja tunisino, para refrescarmos e adoçarmos a garganta. No ar pairava, suave, uma música árabe - na melancólica voz de Zeava Ben.Mustapha diz para nos sentirmos em casa e, após breve conversa, Nazir, um jovem e simpático empregado, acompanha-nos pelas escadas forradas de zellijs (azulejos) geométricos até ao nosso quarto, o Beya. Enquanto subíamos, perguntou-nos se éramos portugueses. à resposta afirmativa esboça um imenso sorriso dizendo: O meu ídolo é o Luis Figo!O nosso quarto ficava ao fundo, para lá de outras portas, de outros recantos... Ao abri-lo, uma escadaria fazia adivinhar, lá em baixo, meio escondido através de um arco, parte do quarto. Numa alcova, ao fundo, um espaço, como um pequeno lounge com almofadas grandes no chão entre uma mesa baixa de madeira e um belíssimo tapete. De um lado, uma janela que dá para a dhriba; do outro um moucharabieh. Espreitei pelo seu rendilhado sentindo-me como as antigas mulheres da casa que podiam olhar lá para fora sem serem vistas. Lá em baixo, do outro lado da rua, o barbeiro, sentado à porta do seu modesto estabelecimento, certamente à espera de algum cliente. Continuei mais uns momentos sentada, espreitando por entre o meu novo olhar rendilhado e indiscreto, a contemplar simplesmente. De repente, começa a ouvir-se o canto dos muezzins a chamarem os crentes para a oração. Palavras sagradas para os muçulmanos, palavras doces e mágicas para os meus ouvidos. De

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