Um antigo palácio real no coração de Jaipur transformou-se numa espécie de fantasia de cor, sagacidade e caprichos.A entrada para o Sujan Rajmahal Palace está forrada a papel de parede. O padrão? Uma série de guarda-chuvas coloridos e listrados, brilhantes e gráficos como uma toalha de praia, no centro do qual está o brasão da família real de Jaipur: um leão e um cavalo sobre as patas traseiras, sob um sol acolhedor.Entra-se depois no drawing room. Esta sala de desenho, está forrada também a papel de parede, desta vez num padrão de ciprestes estilizados, verde empoeirado contra creme, com uma guarnição de cor fuchsia de peónias e diamantes. As cadeiras, de veludo, têm o mesmo fuchsia...Passamos depois para as 30 suites... e imagine-se? Papel de parede! Desta vez em tom de espuma do mar, que não é bem azul nem é bem e verde, com um padrão de rosas que alterna entre o branco e rosa forte. Esta é a Jackie Kennedy Suite, assim chamada em honra da famosa hóspede, cujo célebre viagem a Jaipur, em 1962, foi documentada numa boa quantidade de fotografias.Enquanto se visita o resto do hotel - o seu restaurante interior, o smoking lounge bar, a escadaria em mármore larga e ampla o suficiente para um elefante conseguir subir calmamente - contam-se os diferentes tipos de papéis de parede e os inúmeros candelabros: este hotel palácio é, de facto, uma celebração do design indiano - de uma só vez lunático e absolutamente sincero.Mesmo para Jaipur, o Suján Rajmahal é extravagante. E esta é uma cidade conhecida pela sua extravagância: no século XVIII, quando a área circundante (agora conhecida como Rajasthan) foi governada pela realeza, Jaipur era conhecida como o reino das jóias. Hoje continua a capital lapidar do mundo, com milhares de pedras que passam pelas suas oficinas para serem cortadas e polidas.E foi durante esses anos que o Rajmahal foi construído. Residência principal da família real sempre foi o Palácio da Cidade, uma realização em estuque pêssego-rosa no centro da cidade, parte do qual é agora um museu com retratos da família e armamento.Em 1729 construiram um segundo palácio. Em 1821, foi tranferido para a posse dos britânicos, e em 1958 foi devolvido à família, que o utilizaou como casa de hóspedes para os amigos e dignitários (incluindo a Rainha Isabel e Lorde Mountbatten, que agora têm suites com nomes em sua honra) antes de convertê-lo em hotel, em 1979.E, embora o Rajmahal já não fosse o que era - uma fantástica propriedade com os seus esplêndidos 5 hectares de jardins murados no centro de Jaipur -, há anos atrás a Princesa Diya Kumari, cujo filho de 16 anos de idade será o futuro marajá, decidiu que queria uma mudança: aproximou-se de Jaisal Singh, um amigo da família e hoteleiro dono da cadeia Suján, que tem um pequeno portfolio de luxuosos acampamentos na índia e em áfrica.A princesa pediu então ao amigo de Singh, Adil Ahmad, director criativo da Good Earth, o mais eclético e colorido home design do país, para reimaginar Rajmahal. E ele reimaginou-o, dos talheres aos têxteis e aos móveis e, claro, aos papéis de parede (há 45 no total).Foi dado a Ahmad pleno acesso aos arquivos do Palácio da Cidade, que inspiraram os seus designs (muitos são riffs sobre motivos Mogul tradicionais e decorações), e aos objectos pessoais da família, incluindo pinturas, mob
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