Shela Houses, Lamu

Desde tempos remotos que pelas águas de Lamu se cruzavam barcos de mercadores egípcios e persas. Segundo a lenda, Noé por ali terá passado com a sua arca, e era, ao longo da sua costa, que o rei Salomão mandava buscar pavões e marfim. Em 1498, Vasco da Gama foi o primeiro europeu a pisar aquelas terras. Os árabes também ali aportavam em busca de especiarias, sedas e escravos - tal como em outras cidades da áfrica Oriental, durante o século XV a ilha enriqueceu com o lucrativo comér­ cio de escravos. Naqueles dias de esplendor, Lamu alcançou um grau de requinte e refinamento que superava o que se pudesse imaginar no continente europeu. Os faustosos palácios e casas dos nobres eram dotados de inovadores sistemas de condu­ ção de água e ventilação, os banhos tinham água quente e fria, nos jardins construí­ ram­se sofisticadas fontes e instalaram­se belas saunas de paredes estucadas.Em 1813, Lamu caiu sob o domínio do poderoso sultão de Zanzibar. Em finais do século XIX, os ingleses põem fim ao tráfico de escravos e Lamu inicia o seu período de decadência. Já nos anos 70 do século XX, Lamu tornou­se num ver­ dadeiro Katmandu africano, um lugar de espiritualidade afastado da civilização. Ali chegavam hippies e aventureiros em busca do seu particular paraíso. Lamu era, então, um lugar remoto e desconhecido no Oceano índico que atraía viajantes porque conservava intacta a sua milenar cultura e tranquila forma de vida. E, como é costume, atrás dos hippies chegaram as grandes estrelas e alguns membros do jet set internacional que imediatamente sucumbiram ao seu feitiço. O primeiro foi Mick Jagger, seguindo­se­lhe Madonna, Richard Burton e políticos como Henry Ford. O Príncipe Ernst de Hannover possui ali uma elegante mansão na primeira linha do mar, comprada antes de se ter casado com Carolina do Mónaco que, hoje, possui uma das casas que se podem alugar na vila de Shela.Lamu é um lugar perdido no tempo, onde o cheiro das especiarias se confunde com o do mar, de onde partem rústicas embarcações, os dhows, com homens de turbante ao leme, trazendo lembranças de Sinbad, o marinheiro... Chamam­lhe, por todas as histórias e lendas que sobre ela se inventaram, o lugar mais árabe de toda a áfri­ ca Negra. As mulheres andam vestidas de preto e de rosto velado por musselinas negras, e os pescadores, vestidos com os seus kikkoyus (pano de algodão) enrolados à cintura. O chamamento dos muezzins para a oração mistura­se com as alegres ri­ sadas das crianças e o zurrar dos burros - aliás o único meio de transporte da ilha. Neste labirinto de ruas estreitas e escuras ficam as lojas, os cafés, as mesquitas, as escolas e os mercados ao ar livre. Como em qualquer bazar, os odores das especia­ rias embriagam os sentidos: cheira a cravo, curry e cardamomo. A maioria dos seus edifícios datam do século XVIII e são construídos com materiais inteiramente locais: pedras de coral para as paredes, soalhos de madeira, telhados de makuti e portadas belamente trabalhadas para as janelas. As portas e dinteles profusamente decorados deram trabalho a gerações e gerações de carpinteiros. Na vila de Shela - longe do centro de Lamu - reconhecida pela sua idílica praia de Jadini e pela sua antiga mesquita, um dos lugares mais conhecidos é o hotel Peponi, que em swahili significa "lugar de repouso e quietude". Mas é aqui também que ficam três belíssimas casas, que se podem a

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